Damages 4x04/4x05/4x06
25.8.11
Next One's on Me, Blondie/ We'll Just Have to Find Another Way to Cut the Balls Off of This Thing/ Add That Little Hopper to Your Stew
Muito estranha essa temporada. Muito estranha mesmo.
Os personagens continuam bons, seu desenvolvimento continua impecável. Entretanto, pequenos deslizes e mudanças na estrutura narrativa da série afetaram um pouco a qualidade dos episódios.
No quarto episódio, por exemplo, a maneira como Boorman descobre que Ellen tem uma nova testemunha, vinda do Afeganistão, é pífia, extremamente inverossímil. Ellen comentar com a mãe pelo telefone detalhes de um caso parece apenas uma solução rápida que os roteiristas encontraram, já que, em três temporadas, não consigo me recordar dela comentando qualquer informação sobre um caso com qualquer pessoa fora do seu local de trabalho. O que torna essa solução ainda pior é que ela poderia ter falado com Patty pelo telefone, por exemplo, e Boorman descobriria do mesmo jeito.
Falando em Boorman, o plano dele para fingir um ataque terrorista no ônibus se mostrou previsível muito antes da revelação do seu objetivo: incriminar Nasim. Isso já acontecera antes quando Boorman orquestrou toda aquela falsa tentativa de assassinato contra Chris. Outro momento pouco inspirado do roteiro foi o falso cliffhanger do terceiro para o quarto episódio, e o inicio desse. Toda a desnecessária tentativa de fazer parecer que Nasim planejava um ataque contra Ellen - chegando ao ponto de colocar um simples cordão em uma caixa muito maior apenas para sugerir uma bomba -, apenas para criar um cliffhanger interessante não característico da série. Damages não precisa disso.
Outro ponto baixo dessa temporada é o abandono dos constantes em flashfowards relevantes. Eles não só se tornaram raríssimos nessa temporada, como também irrelevantes, se limitando a exibir apenas o mesmo acontecimento. Esses pedaços soltos do futuro, fora de contexto, serviam muito mais para criar suspense do que risíveis tentativas dessa temporada.
Os destaques, obviamente, continuam sendo os personagens. Howard Erickson se mostra cada vez mais um vilão interessante, já que, graças a sua fortíssima crença religiosa e patriotismo, acredita que qualquer atitude que toma é moralmente justificada por esses dois pilares no qual acredita tanto.
Assim sendo, eu queria ver um confronto maior de Patty com Erickson. Ela é sempre determinada em derrotar seus inimigos, como mostrou em temporadas anteriores, e nutre um verdadeiro ódio por eles — como revelou na segunda temporada —. Assim, é um pouco decepcionante que dessa vez ela se encontre numa posição de apenas apoio a Ellen, que, apesar de cada vez mais parecida com a ex-chefe, jamais consegue demonstrar a mesma determinação.
Patty ainda é uma personagem fascinante — como ela tenta não demonstrar a preocupação com Catherine, a maneira que ela responde a religião com racionalidade —, mesmo com uma trama pouco interessante nessa temporada, muito focada na relação com o filho e a neta — os melhores momentos de Patty são nas consultas com o psicólogo. Pena que essas cenas são tão raras —. Ainda sim fico curioso para saber o que acontecerá agora que Michael parece muito mais seguro, acreditando que talvez seja capaz de enfrentar a mãe. Se ele ainda for um traficante — acredito que ele ainda é —, provavelmente terá o mesmo final de Jill.
Como disse, essa esta sendo uma temporada estranha. Mas, ainda assim, continua sendo Damages, com seus personagens complexos e com motivações obscuras. Isso jamais pode ser ruim.
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