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Mentiras, planos e manipulações. Os melhores elementos de Damages mostrados em peso num único episódio.

Essas três palavras mencionadas foram a grande força desse episódio, proporcionando pequenos plot twists e um constante clima de paranóia, criados pela tentativa de assassinato contra Sanchez. A situação conseguiu me deixar com inúmeras duvidas durante o episódio. Havia ele sido descoberto? Era uma retaliação pela missão executada no Afeganistão? Será apenas um elaborado plano de Jerry para forçar Sanchez a voltar para High Star?

A medida que a trama avança, vai ficando cada vez mais claro que tudo não passa de uma armação de Jerry para enganar Sanchez, o que tira um pouco de impacto da revelação final. Esse pequeno deslize, entretanto, foi o menor dos problemas já que caso a ameaça a vida de Sanchez viesse realmente de terroristas querendo vingança contra ele e Jerry estivesse seguindo o suposto homem que mataria Sanchez, isso deveria ter sido mencionado antes por Erickson ou por Jerry, pois seria um problema que jamais poderia ser ignorado. A fragilidade dessa possibilidade acabou denunciando para o espectador todo o plano — que jamais é incoerente, diga-se, já que no estado mental que Sanchez se encontra, não seria difícil acreditar no que lhe foi dito —.

Enquanto isso, a relação de Patty e Ellen se torna cada vez mais interessante. Nas ultimas temporadas vimos Ellen aos poucos se tornar cada vez mais parecida com Patty. Agora vemos ela usar o que aprendeu contra a antiga chefe, que se mostra um tanto inocente diante de tudo, incapaz de notar que esta sendo manipulada. Isso é algo estranho, ver Patty sendo enganada.

Parece que essa temporada vai tentar explicar por que afinal Patty se manteve tão próxima de Ellen, uma vez que a primeira sabe muito bem — como deixa claro na cena com o psicólogo — que não existem razões lógicas para que ela se mantenha perto da outra.


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Apesar da natureza ‘Caso da temporada’ de Damages, a série sempre conseguiu desenvolver com qualidade as personalidades de seus personagens fixos, as vezes deixando um pouco de lado por um momento a trama principal apenas para abordar esses personagens. Assim foi esse terceiro episódio, que dedicou grande tempo a explicar o que aconteceu com Michael.

Essa breve pausa fez com que esse episódio não tivesse a mesma qualidade dos outros anteriores, satisfazendo apenas a curiosidade do espectador sobre o que Michael andou fazendo nos últimos três anos. Embora isso ainda não esteja totalmente claro — a história não foi completamente contada —, é certo de que a volta do filho de Patty para a série virá acompanhada de problemas para ela.

Gastar algum tempo para resolver esse assunto logo no inicio da temporada, após os principais elementos da trama já terem sido apresentados, talvez tenha sido um pequeno problema para o episódio, mas sem duvida fora melhor que deixar que a investigação sobre o paradeiro de Michael se arrastasse até o fim da temporada — ou quem sabe, até a próxima — ganhando alguma resolução descuidada. Michael sempre foi parte importante da vida de Patty, suas atitudes em relação a ele ajudaram o espectador a entendê-la um pouco melhor e promete ser interessante ver como ela reagirá a provável mudança de personalidade pela qual o filho passou nos últimos anos.

O caso de Ellen contra a High Star parece ter atingindo um beco sem saída, já que Sanchez mentiu no seu depoimento e agora esta preso. Esses tipos de situação normalmente criam os melhores momentos de Damages, já que quando tudo parece definido ou quando uma situação parece sem solução, é quando os roteiristas surgirão com uma revelação surpreendente.

No geral, foi um bom episódio, com um excelente cliffhanger mostrando um futuro próximo.