O caminho é longo e nada fácil de percorrer.

Quem já precisou de cirurgia ou sofreu acidentes que pedissem fisioterapia sabe que não é nada fácil voltar à velha forma. Por isso, essa semana Grey’s Anatomy foi direto ao ponto, mostrando as dificuldades e as frustrações do processo de cura. Lento e gradual, onde a vontade do paciente faz toda a diferença e, algumas vezes, até prejudica, quando em excesso.

Callie foi perfeita para o papel e acredito que esse episódio cumpriu muito bem seu objetivo. Engraçado notar que nós também ganhamos nosso processo de recuperação após o evento musical. Depois de Song Beneath The Song precisávamos de um tempinho para digerir aquilo tudo, deixar baixar a poeiras das emoções (positivas e negativas) e só então, estaríamos prontos para mais Grey’s Anatomy. Chegou a hora.

Para nossa sorte não foi necessário tanto tempo como para Callie e sua filha. As duas ainda lidando com as incertezas, com a proximidade da morte, com o trauma de toda aquela situação. Para Arizona e Mark restou a compreensão e a paciência. Callie foi intensa e emocionou. Virou mãe, cheia de medos. Normalmente eu acharia isso tudo muito piegas, mas sei lá. Veio na dose certa.

Digo a mesma coisa do imenso problema ético de Meredith, que deixou a emoção falar mais alto e fraudou o experimento médico. Lógico que essa trama ainda vai se desenrolar e gostei bastante das possibilidades que surgem para a personagem, porque isso vai além da vontade dela em consertar os erros da mãe. Vejo o Chief Web de modo parecido. Não consigo sentir que ele ame Adele de verdade e para mim, ele só quer se redimir.

Outra coisa ótima foi a nova trama de Karev. O safado pode até ter decidido de última hora, mas os planos humanitários cabem perfeitamente com as atitudes profissionais que ele sempre toma. Morri de pena da velha bitch. Tão bitch que não tinha ninguém, mas era óbvio que um cheque mágico iria aparecer para salvar o dia.

A tentativa de fazerem de Stark um cara legal simplesmente não funciona comigo. Ele vai precisar salvar o hospital todo de mãos amarradas para que eu comece a ver algo de bom nele. Sim, implico de graça, mas em minha defesa digo que o personagem tem carisma abaixo de zero.

E o retorno do Dr. Perkins? Está na cara que só o trouxeram de volta para criar alguma tensão romântica em meio a tanto drama, porque depois do inicio da temporada ele simplesmente desapareceu, sem deixar saudade em ninguém (eu acho). O lance de Teddy e Henry está ganhando um gás bacana (porque aquele mimimi dela com a Cristina ninguém merece) e já posso prever todo o drama da médica que se casa para ajudar um paciente moribundo, se apaixona por ele e aí... Só a  titia Shonda pode dizer.