Nossa. E não é que o segundo episódio conseguiu ser ainda melhor do que o primeiro.

Que Game of Thrones chegou para acabar com o marasmo das estréias a gente já sabia, mas eu não esperava que a ela se tornaria minha série favorita com apenas dois episódios exibidos. Fazia tempo que eu não assistia a uma série lamentando a todo momento que o episódio está acabando. Fazia tempo que eu não passava a semana inteira pensando em como tudo aquilo continuará (só Lost em seu ápice fazia isso de tal forma). Você pode até dizer que eu estou exagerando, então sou obrigado a dizer que além da super produção, do ótimo elenco e da ótima trama, todo este lado épico de Game of Thrones me cativa e muito, afinal sou fã de Senhor dos Anéis e qualquer outra coisa medieval. Fico com a impressão que a série será referência de trama medieval para televisão da mesma forma que Sopranos é em relação à máfia ou Arquivo X em relação à ficção científica.

Depois de nos apresentar o universo e os personagens no piloto, a história começou a andar. Kharl Drogo e seu exército já estão a caminho da inevitável guerra planejada pelos irmãos Targaryen. Mas o que mais se destacou neste núcleo foi com certeza a vida sexual dos recém casados. Daenerys se cansou de ser apenas uma “torta de maçã” na relação com seu marido e resolveu ter algumas aulas na arte da Kama Sutra com uma súdita, para satisfazer melhor Kharl Drogo e assim manipulá-lo. Tenho grande curiosidade de saber como será o futuro da personagem que deve deixar de chorar e passar cada vez mais a tomar conta da situação.

Jon Snow, o filho bastardo de Eddard Stark, resolveu mesmo se tornar um defensor da muralha junto com estupradores e a escória da sociedade, tudo por conta da vergonha de ser bastardo e de como ele acaba sendo tratado pela família Stark. Para dar profundidade a esta trama tivemos o anão Tyrion num momento de cumplicidade com Jon, o que gerou um fantástico diálogo entre eles. Tyrion parece ser o personagem mais interessante da série e é bem legal ver como ele lida com as falcatruas de sua família. Então quer dizer que o Príncipe Encantado do Shrek 2 matou o Rei antecessor?

Com Bran em coma, os Lannisters começaram a pregar que o garoto deveria ser poupado de tal sofrimento, mas os Stark continuaram otimistas em sua recuperação. Até a tentativa de assassinato que foi evitada pela mãe, que lutou bravamente (deu aflição de ver o que aconteceu com as mãos dela) e o fiel lobo do menino. O acontecido fez a mãe de Bran (não faço a mínima idéia do nome dela) começar a suspeitar dos Lannisters, o que pode significar uma grande rachadura na aliança de Winterfell com o Rei.

Além disto tudo, tivemos ainda o Príncipe mala (que atorzinho ruim este, hein) que resolveu zoar da menina espadachim e acabou com o braço quase devorado por um dos 5 (ou são 6?) lobos. Toda esta trama com crianças e lobos pode até soar meio Narnia, mas as cenas fortes e o conteúdo adulto da série faz com que nada pareça infantil. Tudo é tratado com seriedade e as conseqüências desta história toda só prova o meu argumento. Que final, hein? Será que toda semana teremos um final dessas? Foi de cortar o coração ver o amigo de Arya sendo carregado todo machucado e depois ainda ver o próprio Eddard sacrificando um dos lobos.

Para não falarem que eu só falo bem, encontrei algo que me incomoda um pouco, a passagem de tempo. Toda a trama está sendo contada num ritmo muito rápido, o que é normal já que temos apenas 10 episódios para contar uma história baseada num livro daqueles bem grandes. O que acaba ficando meio estranho é de repente ver que muito tempo (meses) se passaram na história sem que isto tenha ficado evidente. Não estou dizendo que a HBO deveria legendar: “semanas depois” como nas novelas da Globo, mas acredito que estas passagens de tempo podem acontecer de forma mais amena soando mais natural do que o visto neste episódio.

Que venha logo o próximo episódio, infelizmente o tempo não passa tão rápido no mundo real e domingo ainda está bem longe.