Skins 5x06: Alo

Um fato de diz muito sobre a qualidade desse episódio — ou do seu protagonista — é que há mais para dizer sobre as tramas paralelas do que há sobre a principal.

Sendo Alo o personagem ‘outsider’ — o jeito de se vestir diferente, o isolamento, sendo Rich o seu único amigo — prometiam algo mais interessante sobre ele, algo além de alguém apenas reprimido por sua mãe abusiva.

Mesmo que o episódio consiga desenvolver com coerência, a falta de atitude do protagonista prejudica a trama. O caminho que o leva de uma existência passiva e conformada com os abusos da mãe nada tem a ver com uma vontade real de mudar sua vida. Alo, incapaz de reagir, tem seus atos motivados apenas por impulsos momentâneos ou acidentes — os pais tomarem seu cachorro e a explosão do celeiro.

Essa falta de um desenvolvimento progressivo do personagem ao longo do episódio, faz com que as reações sejam díspares. Se em um momento ele decide desafiar os pais através de uma festa na casa deles, no momento seguinte volta para eles aparentemente derrotado, quase se desculpando por estar certo, e mostrar isso para os pais. Mesmo que no fim haja uma óbvia mudança na atitude dele (e talvez na dos pais), ela parece menos impactante ao fim do episódio uma vez que ela não foi construída (como comparação, vejam como esse processo de mudança aconteceu com Rich e Nick).

Como Alo se revelou desinteressante, o melhores momentos do episódio foram aqueles que focaram no desenvolvimento de outras tramas. É mais fácil se importar com o triângulo amoroso que se forma entre Matty, Liv e Franky, ou com as mudanças no comportamento de Mini do que com Alo.

Com os relacionamentos entre os personagens cada vez mais complicados —Liv e Mini estão brigadas por causa de Nick, Franky gosta de Matty mas ele esta com Liv — eu me pergunto quanto tempo os protagonista conseguiram se manter como um grupo de amigos. São possibilidade interessantes para o futuro da série, para que ela possa superar esse fraco episódio.



Skins 5x07: Grace

Grace é o que as pessoas precisam que ela seja, mas aonde esta a novidade nisso?

Assim como no episódio de Mini, nada de novo foi mostrado sobre Grace. Nesse episódio, há apenas uma confirmação de tudo que já se sabia sobre ela: que sempre procura satisfazer a todos mas nunca a si mesma.

Grace, como bem diz Rich em certo momento, parece ser a pessoa que traz a felicidade ao lugar que chega. Vivendo em um aparente conto de fadas — notem, por exemplo, como a mãe a trata, sempre dizendo que tudo esta bem, e o fazendo com uma felicidade quase irritante, como se desejasse criar uma bolha cor-de-rosa para a filha —, Grace parece querer estender a alegria da sua casa para a sua vida fora dela. De certo modo, por mais paradoxal que possa parecer, o aparente altruísmo dela em sempre se colocar abaixo dos outros, parece mais um ato de egoísmo, de onde ela tira a sua alegria, já que ela é feliz quando as pessoas a sua volta estão felizes.

O seu mundo é aparentemente tão feliz que Rich chega a se achar um estranho ali. Não é simplesmente a ameaça do pai — para a surpresa geral, o diretor da escola — de Grace que o faz ter duvidas sobre seu relacionamento com ela, mas sim o fato dele se sentir um verdadeiro estranho quando estava na casa dela, como mostra a cena do jantar.

A outra trama do episódio, envolvendo o triângulo Liv, Matty e Franky foi interessante. Usar a peça de teatro para aumentar os problemas entre o trio foi uma idéia eficiente. Muito pouco era dito, mas as trocas de olhares entre os três personagens ou durante a própria exibição da peça eram o bastante.

O season finale prometer ser muito bom, há muitas possibilidades depois do pedido de casamento de Rich e no trama de Liv, Matty e Franky. Independente do final, essa foi uma excelente temporada para Skins.