House 7x11: Family Practice

11.2.11


Eu realmente preciso dizer alguma coisa?


Tenso, intenso... incrível! Faltam adjetivos para descrever algo com tamanha grandiosidade. A fotografia densamente mutável e a edição cuidadosamente dosada foram apenas alguns dos aspectos técnicos que, juntamente com a falta da já tradicional abertura, se encarregaram de ressaltar cada um dos 43 minutos que nos foi apresentado. Se o peso do drama mudou a perspectiva do episódio, o excesso de emoções foi o que me deixou sem palavras, alterando assim, o ''padrão'' dessa minha review. Eu posso até parecer contraditório, mas Family Practice dispensa comentários. E é por isso que tentarei fazer dos meus, o menos dispensável possível.

Candice Bergen voltou e, munida de todo o brilhantismo de Arlene, se encarregou de reafirmar o quão impactante pode ser a influência de determinados pacientes dentro da série. São em casos como esse que a medicina se dá ao luxo de ficar em segundo plano e que o diagnóstico simplesmente mostra-se ''indiferente''. Não que a parte médica tenha sido desnecessária, longe disso, mas o fato é que o contexto emocional foi o grande responsável por mover a trama do episódio, e isso ninguém pode negar. Um forte exemplo disso foi o, até então conturbado e pouco conhecido, relacionamento que Cuddy mantinha com sua mãe: muita mágoa e decepção, escondida atrás de uma cortina de insegurança. Ver a doutora, ainda que pressionada por House, libertar seus sentimentos perante Arlene, foi como ver uma bomba nuclear explodir depois de décadas aparentemente desarmada. Foi a porta de entrada para a cura física de uma figura materna que nunca mudará, e acima de tudo, a válvula de saída para a redenção espiritual de uma filha que, enfim, pôde compreender tudo isso.

Aliás, o clima de House mostrou-se tão obscuro, que até mesmo o insistente enfoque em Taub foi impressionante. Isso porque, diferentemente do esperado, seus atos problemáticos foram deixados de lado para que pudéssemos nos concentrar em algo ainda mais pesado: suas consequências. Enfrentando a dor do divórcio e a ira do ex-cunhado, o infiel médico acabou ironicamente traído por seu próprio palpite. Sem paciente, sem novo trabalho, sem dignidade... ter o nariz quebrado foi o prêmio máximo para alguém que estava apenas tentando acertar as coisas. Taub é uma boa pessoa, suas escolhas é que são péssimas. E foi a forma diferenciada de transparecer isso que conseguiu ocupar mais uma vez as lacunas deixadas por Foreman, Chase e quem dirá, até o próprio Wilson.

E o que dizer sobre Gregory House, o ''poço de arrogância'' que dá sentido a tamanha magnitude? Embriagado pelo seu próprio egocentrismo o doutor voltou a nos fascinar de uma maneira que, mesmo estando sempre capaz, há muito tempo não fazia. Salvar seu namoro foi bom, salvar a vida de sua sogra foi melhor ainda, mas nada se compara a genialidade de seu ''sincericídio''! Martha, a jovem moralmente insolúvel, já não choca mais por suas atitudes extremas, mas sim por suas utilidades impensadas. House passa a enxergar a doutora como um porto seguro, um bote salva-vidas que eventualmente poderá salvar Cuddy no caso de um naufrágio. House se mantém na linha, Masters se mantém na equipe e Cuddy se mantém no cargo... a lógica perfeita, fruto de uma insanidade admirável.

House foi estonteante! Um episódio que, se dadas as circunstâncias não foi perfeito, pelo menos chegou o mais próximo disso possível. Encheu os olhos, e engrandeceu a temporada. Para quem continuava admirando a série, foi um grande deleite. Para quem ainda não havia conseguido, foi uma grande chance. E para quem assistiu e mesmo assim não gostou, foi um grande sinal para desistir de vez!

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