Lightman é internado em uma instituição psiquiátrica e tem alucinações. À medida que isso vai acontecendo ao longo do inicio do episódio, parece que será um excelente episódio. Apenas parece.

Se você ainda tem alguma esperança que Lie To Me algum dia venha a desenvolver com alguma profundidade seus personagens, com um roteiro que seja capaz de se afastar de uma fórmula, acabe com essa esperança.

O recurso é básico e extremamente eficiente para mostrar o quem é realmente um personagem: literalmente entrar na sua cabeça, mostrando seus traumas, suas fantasias, como de fato a pessoa funciona. Com tantas possibilidades abertas ao navegar pelos quase insanos pensamentos de Lightman, tudo que a série é capaz de apresenta r são duas alucinações, que jamais apresentam algo além de diálogos simples, que apenas reforçam aquilo que já conhecíamos sobre o passado do protagonista.

Parece que não há um foco definido para o episódio. Se no inicio, o caso da semana parece ter alguma relevância para o episódio, esse se revela como uma história de dois propósitos apenas: levar Cal ao hospital psiquiátrico e servir como um obvio paralelo entre as histórias do protagonista da série com a filha do homem internado. Ela, assim como Lightman obviamente teme sofrer do mesmo mal que sua mãe, teme ficar como seu pai.

Até antes da resolução do caso da semana, este parece ter alguma importância. Entretanto, da maneira como esse recebe uma solução risível no fim, mostra que nunca fora muito importante. Se ele nunca passou de uma mera desculpa e um paralelo, pra que gastar tanto tempo com ele no inicio? Se o caso não era o foco do episódio, mas sim Lightman, por que então essa trama é subaproveitada?

É impossível responder satisfatoriamente a essas perguntas, o que demonstra a falta de foco desses quarenta minutos de série. Poderia ter sido muito mais, mas não foi.