Grey's Anatomy 7x12: Start Me Up

17.1.11


É fácil seguir rumo ao futuro, difícil é lidar com as surpresas que ele nos reserva.


Chega a ser difícil de acreditar, mas pela primeira vez em muito tempo, nossos queridos doutores podem finalmente caminhar tranquilos pelos corredores do Seattle Grace Hospital. E como é bom poder voltar à velha rotina, não? Sem dúvidas ou incertezas, sem hesitações. Lidando apenas com os mesmos dramas de sempre: a constante disputa entre os médicos, as fofocas no refeitório durante o almoço, os pacientes que testam nossas emoções, os desafetos e os amores mal resolvidos. Tem também os inícios de episódios que nos fazem fechar a boca mesmo quando parecemos ter muito a dizer, e os finais que nos deixam boquiabertos, ainda que não consigamos dizer uma palavra sequer. Ou até os velhos corações recém cicatrizados que insistem em buscar novas feridas. Enfim... a boa e velha rotina.

E nada é melhor do que retornar às raízes e encontrar uma Cristina Yang em pleno vapor. Salvando várias vidas com seu bisturi preciso, e infernizando outras tantas com sua língua afiada. Trazendo de volta aos corredores do hospital aquela felicidade que somente a parceria entre ela e Meredith consegue trazer, levando novamente ao aconchego de sua casa aquele carinho que apenas Hunt tem o privilégio de receber. Exercendo ''a arte de ser Cristina Yang'' de uma maneira tão intensa que, através da visão de um jovem estudante de medicina, ela é descrita genialmente como ''desalmada''. O que é o adjetivo perfeito, convenhamos, para quem deixa a própria alma na sala de cirurgia. E é por isso que, se falta paciência ou compaixão, eu particularmente não poderei culpá-la, já que esse é, para mim, o mais clássico sinal de sua volta.

Aliás, sinais clássicos não faltaram durante esse episódio, Karev que o diga. Aquele doutor despojado e mulherengo, até então adormecido no coração de Alex, finalmente resolveu se libertar e dar o ar de sua graça. E para a surpresa de todos ele se portou, literalmente, como um ''perfeito cafajeste''. Se divertindo, mas também desempenhando perfeitamente o trabalho que lhe foi incumbido. Para quem reconstruiu a face de uma garota e soube dividir a experiência desse momento, uma boa noitada e a confiança do Chief são recompensas mais que merecidas. Karev foi profissional e fez, ''distraído'', o que muitos outros não teriam a frieza de fazer nem com a cabeça livre de preocupações. E são justamente atitudes como essas, que me fazem torcer por Alex na corrida pela chefia da residência. Porque chefiar não é apenas salvar vidas, é saber coordenar quem as salva. Não basta ter apenas a perícia médica, tem que ter personalidade. E isso Karev já mostrou que tem de sobra.

E o que sobra em Karev, acaba faltando em Avery. O trauma é passado, e a disputa com Alex não é motivo para tanto, então porque essa arrogância toda? Só sei que me senti vingado quando o estudante, tão desdenhado por ele, resolveu abrir a boca e salvar a cirurgia. Eu posso não entender suas atitudes, mas talvez eu saiba a solução perfeita para Avery: April. Solteiros, sem drama, sem trama... ambos sem nada a perder. Talvez a grande questão seja a falta de afeto, de amor. Até porque, o amor muda as pessoas.

Miranda é a prova viva. Passou de ''nazista'' à ''aproveitadora de enfermeiros'' ao longo de apenas três relacionamentos. Deixou de vez a postura politicamente correta e extravasou, ao melhor ''estilo Miranda'', sua vontade de ser feliz. Eu dou apoio total a essa nova fase. Depois do divórcio com Tucker e da experiência com Ben, aproveitar a vida é o mínimo que Bailey pode fazer. E esse é o momento certo, com a mente livre de ressentimentos e o coração cheio de sentimentos. Além do mais, Eli promete arrancar muitas risadas em meio a essa relação, divertindo Bailey e nos divertindo também. Pensando no hoje e simplesmente deixando rolar.

E mergulhado nessa filosofia, o casamento de Altman começa a ultrapassar o papel. Tudo aos poucos... a cada história compartilhada , a cada dor dividida, a cada sentimento que se equivale em meio a uma simples conversa. Altman sabia das situações que conseguiria privar Henry de passar, ela só não tinha se dado conta das várias outras que teria que enfrentar ao lado dele. Chief Webber deu o empurrão necessário para que isso acontecesse. Por isso, quando teve a obrigação de decidir a respeito do futuro de Henry, e fraquejou, pôde conectar-se definitivamente a uma relação que, a partir de agora, passa a ser co-dependente. Há cumplicidade. Existe um sentimento recíproco de que, pela primeira vez, alguém realmente se importa. Resta agora saber se Shonda Rhimes também se importa, afinal, cabe a ela dar ou não a essa relação ''Duquette'', um fim diferente da original.

É, e finais diferentes parecem ter mesmo se tornado a especialidade de Shonda. Aliás, não somente diferentes, mas também inesperados e chocantes. Desde a cena em que Callie ouve o desabafo do companheiro de seu paciente, passando pelo momento em que ela presencia seu perdão, todos os pequenos detalhes, sem exceção, conspiravam para que a tão sonhada reconciliação entre as doutoras se concretizasse. Mas não poderia ser tão simples assim, poderia? O esforço monstruoso quem fez foi Meredith, mas o presente divino quem recebeu foi Callie. A notícia de que Torres espera um filho de Sloan caiu como uma bomba de incertezas na cabeça de todos nós. Little Grey e Sloan são meu casal preferido, Torres e Robbins foram feitas uma para outra. Quem sabe tenha sido um irônico presságio de Arizona dizer que Mark era como parte da família. Só que eu me pergunto se Lexie irá entender, ou mesmo se Sloan poderá corresponder à altura. E fico pensando tanto no fato de que essa é a prova de fogo para Arizona, que acabo esquecendo que Callie poderia, em um ato de desespero, de repente nem revelar a paternidade a Sloan! Sim, eu sei que chega a parecer loucura, porém as possibilidades são infinitas e nada é impossível em Grey's Anatomy. Às vezes improvável, mas definitivamente, nunca impossível. E isso me assusta.

Start Me Up foi um episódio bom com um final infinitamente melhor. Nos fez pensar coisas, cogitar hipóteses. Colocou a quantidade de dúvidas necessárias para que esperemos, desesperados, pela volta de seu breve hiato na primeira semana de fevereiro. E põe desespero nisso!

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1 comentários

  1. Ótimo review.
    Já li algumas coisas sobre o próximo episódio e agora estou beeem mais tranquilo em relação ao cliffhanger de Start Me Up...

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