Grey's Anatomy 7x09: Slow Night, So Long

23.11.10



Pode até ter sido uma noite longa e demorada, mas com certeza valeu a pena.



Se fizermos um balanço rápido dessa temporada, e pesarmos todos os sorrisos e lágrimas que esse início de 7 º ano já nos proporcionou, será inevitável a constatação de que nossos olhos trabalharam bem mais do que nossas bocas ao longo desse período. Aliás, se os nossos olhos que apenas assistiram trabalharam tanto, imagine o quanto trabalhou os olhos de quem viveu tudo isso. Ainda mais durante os últimos dois episódios, quando o trauma responsável por corroer lentamente os alicerces de todos, colocou literalmente ''a casa toda a baixo''. Shonda Rhimes também parece ter percebido isso, pois em meio a essa época de lágrimas resolveu nos presentear com o máximo de sorrisos possíveis em 42 minutos de episódio. Claro que teve drama, claro que teve choro, afinal, sem tudo isso simplesmente não seria Grey's Anatomy. Mas se fizermos o mesmo balanço sobre ''Slow Night, So Long'', vamos perceber que pelo menos por um dia os sorrisos ganharam essa pesagem.

Em meio à troca de turnos do Seattle Grace, os nossos brilhantes cirurgiões atendentes resolveram passar a noite bebendo no Joe's e deixaram todo o ''trabalho sujo'' para os internos. Sorte deles, pois conseguiram ver o que foi até agora, a mais bizarra/hilária versão de uma Cristina Yang em crise: a versão garçonete. Bebendo mais do que servindo, fazendo os drinques mais fortes do mundo e ainda por cima dançando no colo dos clientes... E eu pensando que fazer compras no shopping já era o fundo do poço para ela! O estado emocional de Cristina pode até preocupar, mas em meio a tudo isso foi impossível não cair na risada. Até porque, ao que tudo indica, essa nova empreitada acabou tão rápido quanto uma dose de tequila nas mãos de Yang, pois a realidade que acompanha o dia seguinte se encarregou (junto com muito vomito) de esclarecer as coisas para ela. Para falar a verdade eu até gosto da ideia de ver Cristina procurando um novo emprego, porque talvez seja errando que ela perceba que a única coisa capaz de fazê-la feliz é ser médica. Talvez seja errando que ela dê a volta por cima.

E quando o assunto é dar a volta por cima, Cristina tem o melhor dos modelos ao seu lado: Shepard. Que foi o motivador da bebedeira coletiva em comemoração à conquista da sua tão sonhada bolsa para pesquisa do Alzheimer. Mas contraditoriamente, a beleza dessa história está justamente ligada ao fato de Derek não ter comemorado seu feito. Já que ao invés de passar a madrugada celebrando, ele preferiu passar boa parte dela ao lado do balcão do bar, vigiando e cuidando de uma Cristina visivelmente alterada. O doutor poderia facilmente limpar sua consciência esbravejando e gritando com Yang, mas preferiu manter a calma e mostrar que esse elo entre os dois vai muito além de uma dívida pessoal. Shepard não está toda hora ao lado de Cristina, mas está ao lado dela nas horas que realmente importam, e isso para mim só tem um nome: amizade. Pode até ter sido motivada pela gratidão, mas ainda assim não deixa de ser a boa e velha amizade.

E se Derek não comemorou, todo mundo com certeza comemorou por ele. Como Altman, que fora de si, protagonizou um engrassadíssimo desabafo junto a Meredith. Ou Callie que, bêbada mais não boba, contou com sua carência para enfim concretizar a já esperada recaída com Sloan. Aliás, se Callie já sentiu o amargo gosto do remorso logo após o ato, imagine que gosto ambos sentirão quando enfrentarem as consequências. Aposto que será um gosto tão amargo quanto o que ficou na boca de Bailley após essa noitada. Nunca, nunca vimos uma Miranda tão embriagada (já a vimos embriagada?) e consequentemente tão hilária como vimos nesse episódio. O diálogo entre ela e April foi simplesmente genial, seu discernimento totalmente afetado foi responsável por conselhos e revelações que Miranda nunca diria em estado de sobriedade, ou vai dizer que ouvi-la falar de suas ''necessidades'' é algo comum? E o impressionante é que mesmo embriagada Bailey ainda consegue salvar a pele de seus internos, afinal, se não fosse a dica de Miranda eu aposto que o casal de adolescentes estaria grudado até hoje. Palmas para a dupla dinâmica Chandra Wilson e Shonda Rhimes, que mais uma vez combinaram suas mentes brilhantes em prol de nossa diversão.

Palmas também para mim, pois fui tomado pelo espírito alegre (da bebida?) do episódio e consegui com muito esforço suportar Jackson Avery. Convenhamos que eu também tive alguns incentivos externos, como o tocante caso dos irmãos acidentados, talvez o único fato gerador de lágrimas nesse episódio. Principalmente na cena em que Lexie conta à família sobre a morte de um dos irmãos. Outro ponto que me ajudou com Avery foi vê-lo finalmente prosperar na mesa de cirurgia, vê-lo tomando iniciativas e fazendo o que há muito tempo não o víamos fazer: acertar. Tudo isso graças a Owen, que foi responsável por dar a chance e a confiança necessária para Avery estar naquela SO. Mas sabe o que realmente me impressionou? Ver Avery ''desabafar subliminarmente'' seus sentimentos para Lexie. Pois na cena em que Little Grey o questiona a respeito de quais informações dar aos pais do paciente, sua resposta nada mais é do que a descrição de seu sentimento pela perda de seus amigos. Se expressar suas emoções fosse algo recorrente, talvez Jackson não estivesse tão perdido quanto está hoje. Talvez ele não estivesse tão rude, talvez não fizesse tantas besteiras... Se esse tipo de atitude fosse recorrente, talvez Jackson despertasse minha simpatia.

Quem me dera eu conseguisse perdoar os atos impensados de Avery tão facilmente quanto Karev, que em uma semana é espancado e na outra faz piada. Piada mesmo é esse tal de Dr. Stark, o pediatra mais cara de pau da história, que consegue ignorar uma criança com ulcera por conta de um jantar. Meu Deus, o que seria dessa criança sem a presença de médicos de verdade por perto? Meredith e Karev mostraram como as coisas são feitas no Seattle Grace. Atravessando os chiliques do Chief, conseguindo o consentimento da mãe, chamando uma equipe, operando... Salvando vidas. Os heróis do dia trouxeram o espírito hardcore de volta à sala de operação, e mostraram porque são os últimos dois sobreviventes de um dos programas cirúrgicos mais exigentes dos Estados Unidos. A realidade é que a parceria que deu certo fora da sala de operação durante o episódio anterior, deu muito mais certo essa semana dentro dela. E a tendência é que essa parceria aumente mais a cada dia, até porque sem Yang, acabou sobrando uma vaga na cama do Derek.

Brincadeiras à parte, esse foi exatamente o tom do episódio. Uma maneira descontraída de preparar nossos corações para as emoções que virão logo após um breve hiato de uma semana. Semana essa que na mente de Shonda Rhimes pode valer por uma temporada.

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2 comentários

  1. posso dizer que chorei viu, exatamente quando Lexie contou aos pais sobre a morte do filho deles. ri muito, mas confesso que apesar de anunciada a recaída de Sloan e Torres, eu não gostei.
    já conheci pessoas no estado da yang, e guardadas as devidas proporções, essas pessoas na verdade sofrem, e sofrem muito.
    não acho que ela esteja tentando se encontrar, pois se alguém sabe quem é, esse alguém é yang. ela apenas foge. foge de quem é, esperando que um dia acorde e CLICK, volte a querer ser cirurgiã.

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  2. kkk!!!Amei o episódio!!!Bailey,Teddy e Callie bêbadas foram raxantes!!!Pra tudo quanto é coisa, Bailey falava da doença-que-eu-não-lembro-o-nome!Ela e April foi muito legal!"Dr.Bailey...are you drunk???"kkkk
    Teddy conversando com Meredith foi massa, e com Derek tb:"Ok Mr.Perfect Wedding..."
    Ri litros da Callie tb, mas eu ñ gosto muito dela com o Sloan não...prefiro Calzona (Arizona...VOLTA LOOOGO!!!!).
    Mer e Alex foi fantástico, e o Chief assistindo o piti do Stark?!
    Ri litros de Crtistina garçonete, concerteza foi a mais hilária versão dela em crise...
    Raxei de rir mas tb chorei com os dois irmãos acidentados e com o Avery e Little Grey.
    Em resumo, o episódio foi ótimo!!
    Bjs,
    Olga

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