Grey's Anatomy 7x06: These Arms Of Mine

31.10.10


A seguir, no Seattle Medical...


Shonda Rhimes gosta de fugir do óbvio de vez em quando, e ela faz isso justamente porque prefere prevenir do que remediar. Sempre que Shonda percebe que algo pode acabar mexendo com nós expectadores, ela quebra a rotina para que possamos enxergar a situação com outros olhos. Foi assim na temporada passada com I Saw What I Saw, quando a fusão com o Mercy West nos tirava o sono. Ou mais tarde, ainda na 6º temporada com Time Warp, enquanto Webber passava por problemas com a bebida. Mas fica claro que These Arms Of Mine foi um episódio que conseguiu ir bem mais além do que os exemplos citados, pois fez mais do que apenas acrescentar recursos. These Arms Of Mine conseguiu ''distorcer'' o modo tradicional de ver Grey's Anatomy, motivo pelo qual aliás, fez com que o episódio dividisse opiniões. Na minha humilde opinião? Sensacional do começo ao fim, sem duvida um dos meus episódios favoritos nessa temporada. E eu vou explicar o porquê.

O trauma sofrido pelo staff do Seattle Grace e as maneiras pelas quais ele afetou cada um, é um gigantesco território de possibilidades que deve e vai continuar sendo explorado durante o restante dessa temporada, mas tudo tem seu tempo calculado. Mostrar um Seattle Grace Hospital ao estilo documentário acabou matando dois coelhos com uma cajadada só, pois foi para Shonda um modo de apresentar uma versão diferente dos fatos que já conhecemos sem desgastá-los, e para Webber um modo de colocar na conta do hospital o dinheiro que estava faltando. E por falar nisso, se esse for realmente o modo que Webber encontrou para ganhar aquele 1 milhão já prometido a Hunt, pode ser que tenhamos mais episódios como esse nas próximas semanas. Acho muito difícil, mais pode ser.

O formato do episódio mudou, mais os casos continuaram geniais como sempre, com o típico misto de ciência e fé que Grey's Anatomy consegue abordar como nenhuma outra série. O caso da garotinha que precisava de uma nova traqueia é de longe o meu caso preferido dessa temporada até aqui. Elogiar Karev já virou pleonasmo, e dizer que ele me surpreendeu idem. Eu podia esperar que ele cantasse para a paciente, desse conselhos à ela e tal... mas nunca poderia esperar que ele fosse dormir ao lado dela no hospital. Construir uma traqueia através da medicina faz dele um excelente médico, ter a motivação necessária para salvar a garota faz dele uma excelente pessoa, mas o conjunto da obra faz dele meu personagem favorito. O futuro ''Deus da pediatria'' é ele, pode ter certeza. E palmas para Justin Chambers que eu injustamente quase nunca cito, ele é tão bom atuando quanto seu personagem é salvando vidas.

O caso do homem que faria um transplante duplo de braços empatou no quesito emoção em relação ao da garotinha, e de quebra ainda conseguiu reunir o melhor do melhor do Seattle Grace, para que juntos eles literalmente ''operassem um milagre''. E se foi exatamente isso o que aconteceu, os méritos vão em grande parte para Callie, que na hora do aperto se manteve focada e salvou o braço do paciente. Aliás, que susto eu tomei quando Callie disse que se mudaria pra África junto com Arizona, na hora eu fiquei tão chocado que nem lembrei que esse afastamento é por conta da gravidez de Jessica Capshaw (Arizona), ou seja, ambas devem voltar em breve.

Os dois primeiros casos marcaram pelas emoções positivas, já o último foi um balde de água fria para quem passou o episódio inteiro torcendo por um final feliz.O reencontro de Bailey e Mary (Mandy Moore) após o massacre foi justamente para terminar o que a médica deveria ter feito, sua cirurgia. Porém, por ironia do destino, essa cirurgia acabou fazendo com Mary o que o atirador não havia conseguido durante aquele fatídico dia: matá-la. O que poderia ter sido o trampolim que Bailey precisava para sair de vez de tudo isso, se transformou em uma pá de terra que a enterrou mais fundo entre seus sentimentos. E isso era tudo o que ela não precisava, era tudo o que nós não precisávamos.

Voltando a falar sobre o formato do episódio, eu devo confessar que o estilo típico da filmagem foi legal e a vinheta do programa foi ótima, mas nada foi melhor do que os depoimentos, tanto dos médicos quanto dos pacientes. Eu não sei se isso é bom ou ruim, mas por várias vezes ao assisti-los, eu acabava me esquecendo de que na verdade tudo aquilo era Grey's Anatomy. Tudo parecia tão real e intenso. Se o depoimento da esposa do doador de braços marcou por sua emoção, o depoimento de Sloan marcou surpreendentemente pela sinceridade. Eu dificilmente imaginaria ver Sloan abrindo o coração para falar sobre tudo o que Derek passou e o modo que isso o afetou, ainda mais em rede nacional. Eu também não poderia deixar de destacar os depoimentos de Cristina, que consegue mesmo não brilhando com o bisturi na mão, brilhar com suas palavras. Cristina conseguiu expressar em apenas uma frase todos os motivos que nós já conhecíamos, que Meredith tenta reverter, e que ela mal consegue aceitar. Se ser um herói tem seu preço ela paga isso com juros, e tudo o que podemos fazer é torcer para que esse débito seja rapidamente quitado de uma vez por todas.

Destaque também para Avery que mais uma vez sofreu com um paciente. Eu pego no pé dele por conta de seu desempenho e de suas atitudes às vezes impensadas, mais quer saber? O cara tá sofrendo tanto quanto qualquer outro dentro daquele hospital, então pelo menos hoje eu vou dar uma ''folga'' para ele. E destaque maior ainda para Little Grey, sempre ela, que já há algum tempo é a veia cômica ''oficial'' do Seattle Grace Hospital. Semana sim, e outra também, lá está ela para arrancar nossas risadas nem que seja por uma cena. Pois pintar o cabelo e ser barrada na entrada do hospital por conta disso, é o tipo de coisa que só ela consegue.

É isso. Shonda Rhimes já havia mudado o jeito de compreender os dramas médicos, e hoje, pelo menos por um episódio, conseguiu mudar o jeito de assisti-los. Foi bem diferente eu confesso, e por isso pode ter causado uma certa estranheza. Mas quem conseguiu enxergar a mesma série de sempre em meio a tantas novidades, assim como eu enxerguei, com certeza pôde se divertir com ela assim como eu me diverti. Se Shonda gosta de fugir do óbvio, assim como eu já havia dito no começo do review, eu particularmente não posso me dar a esse luxo: Grey's Anatomy continua brilhando.

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1 comentários

  1. Sou de sua mesma opinião, eu curti muito o episódio. Axei excelente o formato de documentário pois ali os pacinetes podiam falar de forma aberta das coisas q estavam passando e como tudo aconteceu até eles chegarm ao hospital, nos outros episodios isso acontece mais naum com a profundidade desse e algumas vezes eles falando la de seus problemas parece meio forçado já q médico naum tem tempo pra ficar ouvindo detalhe da vida dos pacinetes como algumas vezes acontecem, e nesse eles realmente tinham um motivo pra contar tudo já q estavam sendo questionados. Gostei bastante mesmo e é muito bom ter episodios q saiam da rotina da série ( q naum é ruim) mas é bom variar as vezes. Sou muito fã deste tipo de episodio assim como dos episodios tradiconais de Grey´s anatomy.

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