Grey's Anatomy faz jus ao nome do episódio, e nos apresenta um show de esquisitices bem ao estilo Shonda Rhimes.


Ao longo de todos esses anos pudemos acompanhar muitas coisas esquisitas acontecerem dentro e fora dos domínios do Seattle Grace Hospital, muitas delas até mais esquisitas do que as que aconteceram nesse episódio. Porém, nunca vimos tantas esquesitices ao mesmo tempo em um único dia, assim como em Superfreak. E é justamente pelo conjunto da obra que Superfreak consegue impressionar.

Tivemos como pano de fundo três situações: Primeiro o ''homen árvore'', que eu particularmente já havia lido a respeito e até me surpreendi por não ter sido abordado mais cedo por Shonda, pois o caso do homen que tem seu corpo tomado por verrugas e é tratado como aberração tem tudo a ver com o tipo de caso que a série gosta de abordar. Já o caso da mulher de quase 30 anos que além de virgem simplesmente aspirou uma camisinha pra dentro do pulmão em uma festa de despedida de solteiro, não só manteve o nível, como garantiu boas risadas e ainda preparou o terreno para a maior esquisitice desse episódio. Se uma mulher de quase 30 anos virgem já é esquisito, imagine então duas mulheres de 30 anos virgens em pleno sec.XXI, e pior, em pleno Seattle Grace antro da pegação. Amber, que aliás também começa a amadurecer na trama e a mostrar a que veio (que o diga a sequência final no bar do Joe), se junta a sua própria paciente pra formar a dupla mais esquisita desse episódio: a dupla de virgens. Mais brincadeiras a parte...

Como ninguem quer e muito menos precisa ocupar 40 minutos apenas mostrando esquesitices, Grey's Anatomy ainda teve tempo de sobra pra desenvolver sua história. Com o primeiro crossover dessa temporada por exemplo, que trouxe direto de ''Private Practice'' a até então irmã problema de Derek, Amélia e seu presente/tumor de paz. Amélia e Derek também conseguiram uma paz recíproca após finalmente conversarem sobre o único fato que não se permitiam conversar até ali, a morte do pai. Derek depois de anos de sentimentos inespressados pode dizer tudo o que queria como poucas vezes conseguiu dizer, se abrindo como poucas vezes antes se abriu. Mostrando que além de cirurgião, marido e amigo, consegue ser também um otimo irmão.

E Amélia aliás pode até ter vindo trazer paz para Derek, mais tirou a paz de Little Grey que depois de muita relutância, quando finalmente se julgou pronta para uma possível volta com Sloan,se surpreendeu ao vê-lo seguindo em frente. Meu Deus, será que algum dia esse relacionamento tão sofrido entre Lexie e Mark vai vingar? Eu particularmente torço por eles. E por falar em seguir em frente, é exatamente esse o plano da Dra. Altman agora que o tão odiado por todos e amado por ela, Andrew Perkins, parece ter definitivamente terminado seu trabalho no hospital. Callie e Arizona nem é preciso comentar, mais juntas do que nunca e praticamente inabaláveis. Até Karev parece ter começado um ''novo relacionamento'', pois quem sabe uma tabelinha entre Chief e Karev não consiga amenizar as dores e problemas que ambos teimavam sentir em silêncio até agora. Certa é a Bailey que além de conseguir espressar seus sentimentos com facilidade ainda tem no staff do hospital uma grande família da qual é matriarca. Quando cenas como a da fobia de aranhas acontecem, eu chego a esquecer que um dia ela foi a odiada ''nazista'' que infernizava a vida dos residentes, embora em certos momentos ela ainda consiga reviver esse personagem.

E pra terminar fica o ponto alto do episódio. Cristina que está acostumada a protagonizar seu ''Yang's Anatomy'' a algum tempo, hoje dividiu o papel principal com outra pessoa que eu já havia elogiado antes. Dr Derek Shepard estava realmente impecável nesse episódio, pois antes de protagonizar a libertadora conversa com sua irmã, foi protagonista de inúmeros esforços para que Cristina pudesse voltar à uma sala de cirurgia. O pensamento mais sábio que Derek já teve em tempos foi chegar a conclusão de que nunca consiguira ocupar o lugar de Cristina na vida de Meredith, e isso é um ganho tanto pra nós quanto pra ele. Pois nós ganhamos cenas que sempre quizemos assistir, como Derek lutando pela permanência de Cristina, brigando por sua recuperação, mostrando que acima de tudo se importa não só como um cirurgião que briga por um resisdente e sim como um amigo que briga por outra amiga. E é tanto na conversa, quanto com o bisturi na mão, tentando reabilitar Cristina, que Derek mostra que pra eles o ganho foi de uma amizade, um companheirismo importantíssimo que só vem à acrescentar. O trauma sofrido pode ter tirado muito do Seattle Grace Hospital em matéria de pessoas, mais continua acrescentanto sentimentos as que ali permanecem.

Casos esquisitos, relacionamentos esquisitos... e em meio a tudo isso a velha fórmula que sempre nos prendeu. O que não é esquisito é dizer que Grey's Anatomy continua excelente.