Caprica 1x10: Unvanquished
12.10.10
Se imaginarmos a qualidade dos episódios de Caprica como um gráfico, no geral, este teria uma aparência decadente. A impressão que fica após um retorno como este é que a série pode continuar sua rota descendente.
O episódio teve seus bons momentos, mas os maus – trato deles adiante - acabam por empalidecê-los. Esses momentos existem graças a Daniel, e o fato dele estar no fundo do poço. Ele sempre foi, de longe, o personagem mais interessante da série e vê-lo tendo de lidar com o fato de ter perdido sua empresa e com a esposa distante adicionam ainda mais a um personagem que já era bastante complexo.
Já Joseph, que sempre achei um personagem irritante e unidimensional – mais parecia um disco que não mudava de faixa, sempre lamentando a morte da filha – parece ter encontrado seu lugar na série. Abraçando de vez suas conexões criminosas, essa pode se revelar uma trama interessante já que, desde o inicio da série, ele sempre pareceu tentar manter-se um pouco afastado possível da máfia do seu planeta natal. Esse súbito e, aparentemente, total comprometimento com o crime pode trazer conflitos interessantes ao personagem.
Se o episódio lidasse apenas com esses assuntos, certamente teriam sido quarenta minutos muito mais interessantes. Entretanto, existe a cada vez mais estúpida trama envolvendo Clarice. Por razões pessoais e irrelevantes para esse texto, eu adoro a idéia da vida eterna criada pelo Homem. Mesmo apreciando o conceito, a maneira como este é utilizado na série serve apenas para criar inúmeros furos de lógica.
O conceito básico de qualquer religião é a crença cega e irracional, desprovida de qualquer necessidade de provas. Tudo que importa é a parte irracional, que leva as pessoas que aderem a uma crença acreditarem que existem coisas que estão além do seu entendimento.
Pois bem, se conceitos como Paraíso, alma, vida após a morte entre outros, advém de uma suposta divindade inexplicável, torná-los criações humanas elimina completamente a necessidade de fé e assim, elimina completamente a necessidade de uma religião. Logo, soa incoerente que Clarice deseje usar um produto da ciência como forma de espalhar a fé, quando a primeira deveria excluir a segunda. Não faz sentido!
Pelo bem da série é bom que Clarice desapareça logo ou volte a ser apenas uma terrorista. Ao menos a trama religiosa fazia mais sentido quando ela explodia bombas para espalhar a palavra de deus.
2 comentários
Na verdade, eu achei bastante engenhoso todo o conceito religioso. Trazer a imortalidade do ser humano como uma realidade palpável dentro de sua existência, e não após dela, é um meio excelente para conseguir uma grande massa de seguidores para a sua crença. Ainda que científica, como já sabemos que é graças a BSG, é um forte argumento para se crer em uma certa doutrina.
ResponderExcluirNa verdade, eu achei bastante engenhoso todo o conceito religioso. Trazer a imortalidade do ser humano como uma realidade palpável dentro de sua existência, e não após dela, é um meio excelente para conseguir uma grande massa de seguidores para a sua crença. Ainda que científica, como já sabemos que é graças a BSG, é um forte argumento para se crer em uma certa doutrina.
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