Continuando minha obsessão pelas adaptações de clássicos da literatura, Emma, mais um de Jane Austen.

Se alguém ainda não percebeu que eu adoro literatura inglesa, vai ter certeza agora. Estou mesmo numa maratona de minisséries da BBC e não resisto a ver meus livros favoritos transformados em programa de TV, especialmente porque as adaptações britânicas beiram o impecável.

A fidelidade à obra original é um grande atrativo. Sou do tipo que detesta mudanças em personagens, histórias e cenários, o que geralmente acontece no cinema. Com essas minisséries, porém, a coisa é mais bem cuidada. Emma tem apenas quatro episódios, todos muito bem ambientados e com a capacidade de representar muito bem na tela o espírito que autora desejava passar.

Nem de longe esse é meu livro favorito de Jane Austen. Pessoalmente, acho a trama lenta e isso se traduz também na minissérie, que tem ritmo vagaroso. No entanto, para quem gosta de tramas de época, não vai haver qualquer estranheza. Como podem imaginar, sendo uma história passada no campo, as únicas reviravoltas são casamentos e pequenos escândalos familiares, o que é a especialidade de Jane Austen. Dessa vez, porém, a mulher não está em desvantagem financeira e vemos Emma (Romola Garai) como uma moça confiante e despreocupada com seu futuro, que pode passar os dias brincando de casamenteira, bagunçando a vida romântica das pessoas que a cercam.

A preocupação dela em juntar casais é tanta que Emma esquece de seu próprio coração e só vai perceber por quem realmente está apaixonada muito tempo depois. É claro que ela tem um amigo que sempre a alerta sobre seus erros e isso rende brigas homéricas com Mr. Knightley (Jonny Lee Miller), o vizinho e co-cunhado que ela adora desafiar.

Aliás, o desenvolvimento da personalidade cativante de Emma é um dos pontos fortes da produção, que é mais uma dica minha para quem gosta de romances à moda antiga.