United States Of Tara nunca foi comédia. A série, que ganhou essa definição mais por sua duração do que pelo conteúdo prova, com ‘The Truth Hurts’ que é um drama nato e que ir fundo na dualidade dos personagens é seu grande objetivo. E não é apenas de Tara que estou falando.

Quando a verdade aparece, muita coisa pode mudar. E ela machuca. Tara quer fugir da verdade, mas descobre que isso é humanamente impossível. O romance de Buck com Pammy não pode continuar e, numa jogada arriscada, Tara tenta interpretar um de seus alter-egos. A situação acaba mal, com Pammy magoada e muito mais confusão mental, quando ela promete contar ao namorado o que Tara está fazendo com ela.

Como sempre, Max é o inocente. O marido compreensivo e cuidadoso que nem desconfia do que está acontecendo. Quando Pammy invade o rinque de patinação e faz uma inspirada declaração de amor para Buck, Tara e todas as suas personalidades, ele descobre muitas verdades dolorosas. Em troca de sua dedicação, ele ganha mentira e traição.

E aí mora um problema imenso, porque, de certa forma, ele não pode culpar Tara por absolutamente nada, mas a reação é forte mesmo assim, e o sujeito bonzinho e até bobo, EME muitas ocasiões dá lugar a um Max raivoso e vingativo, que desconta suas frustrações acumuladas num pequeno desentendimento de rotina com um parceiro de trabalho.

A dualidade se espalha mais ainda, já que Charmaine pode não assumir, mas está dividida entre o noivo bonitão e o atrapalhado Neil. Marshall e suas experimentações sexuais ganham ainda mais destaque e se mostram como a melhor trama paralela da série. O plot de Kate, se travestindo de heroína e fumando maconha sem maiores consequências, sinceramente, é incompreensível e dá a entender que ninguém sabe o que fazer com ela exatamente.

Para completar, parece que Tara está mesmo numa situação limite, dividida entre o feminino e o masculino dentro dela, numa guerra em que é preciso torcer para que ninguém saia morte e restem apenas os feridos.