House 6x11: Remorse
27.1.10A cada 25 pessoas, uma apresenta traços de psicopatia na personalidade. Para cada três homens psicopatas existe uma mulher do mesmo gênero. É de dar medo, pensar que bem pertinho de você existe pelo menos alguém assim, mas, reparando bem, é fácil perceber que nos deparamos com esse tipo de gente todos os dias. É obvio que apenas uma pequena parcela se torna serial killers e por isso mesmo,House apresenta Valerie (Beau Garret), a mulher que, enquanto estiver no hospital, vai atormentar a vida de Thirteen.
A falta de sentimentos, as mentiras, a atuação, a frieza e objetividade daqueles que possuem esse distúrbio estão mais do que aparentes em Valerie. Executiva de sucesso, ela faz sexo com quem pode lhe servir profissionalmente, é linda, mas casou com um homem rico e feio e é capaz de inventar histórias como se elas fossem a mais absoluta verdade.
Lógico que, Thirteen entrando em seu caminho, despertaria a ira da paciente, que ouve fortes zumbidos e parece sofrer de problemas cardíacos graves e daqueles impossíveis de se identificar. Verdade seja dita, o fator determinante para House aceitá-la como paciente foi saber que uma mulher bonita se casou com um homem que precisaria de muita sorte (ou muita grana) para atrair o interesse para si.
O bacana foi a jogada dos roteiristas que tentaram traçar uma comparação entre House e sua paciente, a quem ele deu extrema atenção e muitas visitas, coisa que geralmente não acontece. Tudo isso vem a calhar já que House, por causa de seu tratamento e da terapia, precisa se desculpar com alguém que magoou. Ele escolhe, justamente, um ex-colega de faculdade de medicina que teve um de seus trabalhos trocados pelo de House, de propósito. O objetivo era provar que o professor tinha má vontade com nosso doce Gregory e por isso, diminuía suas notas. Tantos anos depois, ele se depara com a vida destruída do colega, que trabalha como empacotador num supermercado e acaba de perder a casa onde vive por não poder pagar a hipoteca. Aí é que o remorso bate. E é aí também que vemos a diferença entre House e Valerie, que faz suas peripécias sem jamais sentir uma gota de culpa.
Wilson, que tem sempre a função de ser aquela ‘voz da consciência’ alerta House de que ele poderia ter escolhido Cuddy ou milhares de outras pessoas mais próximas dele para pedir desculpas. Porém, é essa mesma aproximação que torna House um inepto em relacionamentos, já que ele trabalha muito melhor decepcionando e machucando do que sendo o bom samaritano ou o arrependido pelos erros do passado.
Ainda nessa toada do perdão tivemos a tensão entre Foreman e Thirteen, que até demorou muito para explodir de verdade. Posso estar enganada, mas sinto cheiro de revival ali. Uma hora ou outra os dois vão arrumar um quarto e resolver isso de uma vez.
Ah, o caso de Valerie, afinal, não era Lúpus, como sabemos que nunca é. O problema é que o corpo dela não conseguia processar cobre e, por isso, muitas áreas acabaram afetadas, inclusive seu cérebro, o que fez dela uma psicopata. House descobre tudo pensando em manicure, acetona e resolvendo checar se as unhas da moça eram azuis. O tratamento, ministrado por Thirteen, que foi a responsável por ajudar no diagnóstico, acaba mudando o modo como o cérebro de Valerie funciona e, para começar, ela se livra do marido feio e agora, vai ter de aprender a lidar com todas as emoções que começou a sentir e que simplesmente não faz ideia de quais sejam.
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