Uns dias de molho e sem poder sentar em frente ao computador não fazem bem a nenhum viciado em séries, a não ser, é claro, que ele arranje alguma coisa boa para ver no DVD. No meu caso, quase dez dias de molho renderam o revival de alguns filmes, onde eu passei a maior parte do tempo identificando os seriados em que os respectivos atores já haviam atuado ou, no caso de alguns, ainda estão atuando. No mais, revi pela zilionéssima vez o clássico da BBC, Pride e Prejudice, uma das minhas minisséries favoritas, mas, quem estrelou meus dias convalescentes foi Friends. Pois é. Numa hora dessas, aliás, em qualquer hora, os seis amigos mais non sense da TV salvam o dia, a noite, a madrugada. Não que eu ainda não tivesse visto a 1ª Temporada, por que eu já vi cada episódio muitas e muitas vezes, porém, como é a única temporada que eu tenho em DVD (erro fatal que pretendo corrigir em breve) fiz minha maratona de Friends e dando risada, fui melhorando rapidinho. Santo remédio!

Dessa vez, no entanto, assisti a série de uma forma mais analítica e pude perceber o crescimento da trama, das atuações e do entrosamento do elenco, episódio após episódio. Como nunca escrevi nenhuma review sobre o tema, achei também uma boa oportunidade. Normalmente, eu faria por episódio, mas diante da minha impossibilidade de postar no momento em que eu vi, resolvi dar uma geral mesmo.

Friends estreou em 1994, ou seja, são uns 15 anos desde então, com 24 episódios. A série toda tem 10 temporadas(238 episódios) - que eu pretendo rever e comentar por aqui - e foi criada por David Crane e Marta Kauffman. No elenco, estão os desconhecidos do público: Jennifer Aniston (Rachel), Courtney Cox (Monica), Lisa Kudrow (Phoebe), David Schwimmer (Ross), Matt LeBlanc (Joey) e Matthew Perry (Chandler), meu personagem favorito dentre todos.

O piloto, que foi ar originalmente em 22 de setembro de 1994, mostra um pouco da dinânica entre os já conhecidos Monica e Ross, que são irmãos, Joey, o ator loser garanhão,Phoebe, que é massagista, louca, cantora e compositora de clássicos do cancioneiro popular nas horas vagas e Chandler, o mais metido a engraçadinho e autor das tiradas e piadas mais geniais da série. É aí que chega Rachel, depois de ter largado o noivo no altar, vestida de noiva e atrás da antiga amiga Monica. Quando esse sexteto se junta, tudo vira motivo de riso, até mesmo as desgraças, como o fato de Ross enfrentar um divórcio após descobrir que sua esposa é lésbica.

Aliás, Friends é sobre isso mesmo. Rir do que é engraçado e do que não deveria ser. Toda a vez em que um amigo faz troça do outro, a situação melhora.

Além do divórcio e do lesbianismo, Ross ainda tem de encarar a gravidez de Carol, a nova parceira dela, que é uma puta mala sem alça, a paixão não correspondida por Rachel e as peripécias do macaco Marcel.

Rachel enfrenta uma nova realidade, corta os laços com o pai e a família rica que a sustentava de luxos e precisa aprender a viver como garçonete (péssima por sinal) no famoso Central Perk. Sem falar em sua relação com os homens, que ela precisa aprender a escolher melhor, por que Barry, o dentista largado no altar, merecia mesmo ficar plantado, já que traía Rachel com Mindy, a dama de honra, que depois, acaba se casando com ele e convidando Rachel a ser sua dama de honra. Tem o italiano Paolo, que Ross adora imitar e finalmente, quando Rachel se toca da existência de Ross, ele vai pra China e volta com uma chinesa horrorosa na bagagem, que é justamente o gancho para a 2ª temporada.

Monica tenta se firmar como Chef , conviver com os comentários ácidos da mãe e ainda arrumar um bofe para chamar de seu. No meio desse rolo ela acaba pegando um garoto de 17 anos, que mentiu a idade.

Phoebe só aparece para massagear, cantar e dizer frases soltas que a fazem parecer louca. Mas as aparições dela sempre rendem os melhores momentos "Como assim Bial?".Tem ainda a história bizarra da vida dela e irmã gêma Ursula, que é tipo a Paola Bracho local.

Joey faz compania à Phoebe no quesito aparição de impacto. Suas tentativas de ser ator são ótimas, suas táticas de conquista hilárias e ele varia entre extremos. Às vezes pega a piada super rápido, mas muitas outras alguém precisa desenhar pra ele.

Chandler é um caso à parte. Vive à voltas com Janice, uma das melhores coadjuvantes sazonais de Friends, com aquela fala anasalada e jeito rídiculo. Janice é a namorada que Chandler odeia ter, mas pra quem sempre volta, mesmo quando não quer. Os rompimentos sucessivos são sempre complicados e o deixam louco. No mais, ele é super sem jeito com as mulheres, tem traumas de infância e odeia feriados de peregrinos, que o lebram do divórcio de seus pais. Chandler, faz as melhores imitações do mundo e inventou um novo conceito para a palavra exagero.

Se é que ainda existe alguém que não viu Friends, corra e vá ver. Apesar de eu achar praticamente impossível que reste alguém "virgem". Vale a pena, cura doenças e pode trazer a paz mundial. Só digo isso. Essa 1ª temporada é mesmo fantástica. Juro que não existe sequer um episódio chato, o que é impressionante numa comédia, mas é justamente o que manteve Friends no ar durante 10 longos e maravilhosos anos, que nunca serão esquecidos pelos viciados em série de todo o mundo.