Being Erica: Viagem no tempo inteligente
25.9.09Há muito tempo ensaio fazer um post sobre Being Erica, minha série queridinha que com muito gosto recomendei para muitos Seriadores, hoje tão viciados na série quanto eu. Acho que justamente por gostar tanto, adiei escrever sobre a série para não cometer nenhum sacrilégio, mas a hora chegou.
Being Erica é uma produção da emissora canadense CBC e conta a história de Erica Strange (Erin Karpluk), uma jovem de 32 anos que, nas palavras da própria, fez todas as escolhas erradas na vida e por isso está sem perspectivas de crescimento, enquanto todos ao redor parecem evoluir de alguma forma. No dia em que é demitida, sacaneada pelo namorado e menosprezada pela família, Erica atinge o fundo do poço e vai parar no hospital, graças a uma crise alérgica provocada por nozes. Lá, conhece dr. Tom, que se apresenta como terapeuta e lhe dá um cartão.
A partir desse momento, Erica terá a chance de revisitar momentos chave de sua existência, através dessa terapia nada ortodoxa. Dr. Tom pede que Erica escreva em uma lista todos os seus arrependimentos para que retorne e os corrija. O grande diferencial da série é que, ao contrários de Efeitos Borboletas e afins, não existem alterações drásticas no presente, ainda que Erica faça escolhas diferentes.
Cada episódio da primeira temporada foca numa época e num remorso diferente de Erica, de forma que todos os aspectos de sua vida são representados, gerando identificação imediata com o público. A inocência do colegial, quando teve sua primeira vez filmada por um namorado canalha; as escolhas que fez na faculdade e hoje influenciam em sua desprestigiada carreira; a complicada relação com a irmã mais nova, prestes a se casar com um homem com sérios problemas de caráter; o divórcio dos pais e consequente divisão da família em duas facções; as amizades prejudicadas por inveja, envolvimentos amorosos e falta de maturidade. Os arrependimentos de Erica muitas vezes são os nossos arrependimentos, e é isso o que torna a série tão real e próxima do público.
O grande arco da primeira temporada, porém, é a morte de Leo, o irmão mais velho de Erica, que aparece em vários de seus "flashbacks". A emoção e dor da personagem cada vez que o encontra são palpáveis e provavelmente os momentos em que mais percebemos o talento de Erin Karpluk. Não que não hajam outros, já que a atriz emociona e faz rir com uma facilidade incrível, liderando um elenco muito competente e perfeitamente escolhido. Michael Riley impressiona com seu Dr. Tom misterioso, bem-humorado e viciado em citações famosas. Reagan Pasternak divide opiniões como a megera Julianne, que ora desperta muito ódio, ora muita simpatia. Joanna Douglas segura o carisma da personagem Samantha, mesmo nos momentos em que o público deve odiá-la, e Tyron Leitso funciona como o melhor amigo com potencial para algo mais.
As piadinhas de época dão o tom do humor: os cabelos, figurinos e a trilha sonora que acompanham cada personagem em suas incursões por anos obscuros são sempre muito bem escolhidos e hilários. Em um episódio, Erica declama "Hit Me Baby One More Time" para agradar um professor de literatura e, quando questionada a respeito da divulgação desse clássico, garante que ele será muito ouvido em alguns anos. Em outra ocasião, Erica sugere uma pesquisa no Google, mas a ferramente ainda nem existia. Detalhes como esses deixam a série ainda mais especial.
Se você ainda não é uma das pessoas de sorte que já se rendeu a Being Erica, o momento é esse. A primeira temporada tem treze sensacionais episódios e a segunda, também já encerrada, mais doze. Fique agora com o promo do episódio piloto!
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