Comecei a ver a mini série da BBC, House Of Saddam. Com apenas 4 episódios, fala da ascensão, domínio e da queda do ditador iraquiano Saddam Hussein. A coisa toda é uma mistura de ficção e documentário que pelo menos de início, me pareceu muito bem feita, tirando detalhes como cantarem Happy Birthday no aniversário da filha do Saddam. Quer dizer, não que eu seja uma expert em aniversários iraquianos, mas eu duvido que o Happy Birthday seja uma canção obrigatória nas festinhas por lá. Enfim, como eu disse, um detalhe.
E a história começa aí mesmo, num aniversário de criança que vira golpe de Estado, em 1979. Me perdoem por não lembrar os nomes, são difíceis de lembrar, mas o que vale é que foi ali, naquele momento que Saddam , então vice-presidente, convidou seu superior a se retirar e ceder 'gentilmente' seu cargo para ele. Não fosse isso suficiente ainda houve a execução sumária de qualquer um que pudesse se voltar contra o novo líder, todos acusados de conspirar contra ele, mesmo que conspiração mesmo, não houvesse.
E assim, na base do sangue ele vai mostrando seu poder, preparando o filhos Qusay e Uday e se apoiando na família para manter o império.
Mas, a série tenta mostrar também, esse lado, digamos, caseiro de Saddam. Com a esposa, a mãe, tão ditadora quanto ele, os filhos, os casamentos arranjados para evitar traições políticas, os amigos, os irmãos.
O que passa, porém, é que Saddam é um homem que não confia em ninguém, além de si mesmo. Ele age para si e somente para si. Nenhum pensamento é voltado para o bem estar geral. Tudo o que importa para Saddam é Saddam. E sendo assim, a esposa, os filhos, a mãe, os amigos e os irmãos podem ser perfeitamente dispensáveis. Nem a completa lealdade que devotam poderá salvá-los quando ele decidir que estes são traidores, que não tem qualquer serventia para seus planos.
Isso fica claro quando ele mata o melhor amigo. Para Saddam, um homem capaz disso é um homem sem fraquezas. Um homem que deve, portanto, ser temido por todos. Com a mãe no leito de morte ele se liberta. da pressão, de suas vontades, da necessidade de respeitá-la, acima de tudo. Os conselhos dela vão pelo ralo. E o primeiro a sentir a reação é um de seus meio-irmãos, Barzan. Até então responsável pela segurança pessoal do presidente, Barzan sofre uma série de ofensas. Primeiro o irmão desconfia de sua lealdade, quando sofre um atentado. Depois acaba com o acordo de casamento entre seus filhos e, finalmente, o destitui do cargo, em detrimento do novo marido da filha e o manda deixar o Iraque.